27 de maio de 2013

Preto e Branco.

As luzes que passavam todas as noites pela rua, sumiram. Algo com perder a razão fez os vaga-lumes caírem, voar só e baixo perde a graça. Os gritos foram silenciados pela falta de voz. Com o mínimo de esperança naquele cantinho de penumbra. Uma guerra de egos dentro de um mesmo ser, como se, por falta de espaço, buscasse sair de seu habitat, conquistar novos territórios. Sem guerra externa, tentando retomar terras perdidas por descuido. Excesso de sonho, falta de prática. Um tempo inutilizado. Falando mais e pensando menos que deveria. Entre às cobertas, implora para que a emoção tenha o mínimo de razão, a que nunca terão. Sem chão ou Sol, tem o mapa da vida, sem possibilidade de mudança do que já foi. E também sem cor, deixada em algum parque da cidade. 

23 de maio de 2013

Que Assim Seja, Só!

Não é sobre ser ou deixar de ser. É sobre como com o passar do tempo as pessoas mudam, conhecem pessoas, histórias e muitos lugares. Passam por amores e dores, e vêem que o mundo não é a tão sonhada maravilha. Mas bem antes de tudo isso, aprendem a criar laços. Primeiro com seus pais e familiares, depois vem os vizinhos e os amigos dos pais, e só então aprendem a conhecer as pessoas sozinhas. Escola, festinhas, faculdade, trabalho e bares ao longo da vida. É levado pelos pais, primos, amigos, e depois vai sozinha. No táxi, metrô, ônibus, a pé. Sempre indo, levando. Começam a levar os irmãos, os primos, e os amigos mais novos também. Ciclos básicos. Mas tem aqueles que você nunca vai entender. Eles passaram por tudo isso, mas ficam mais felizes em ir. Pessoas que vem e vão. Descem em uma outra estação, preferem não dividir o táxi, ou mudam-se dali. Só vão. Não deixam explicações. Chegam, marcam e você nunca mais verá. Talvez em um outro ônibus, ou em um bar diferente, um daqueles que você vai pra tentar esquecer o que nunca vai sair da sua cabeça. É normal, afinal, novas pessoas sentarão ao seu lado, te puxarão pra dançar, conversar. É uma pena que tenha que ser assim, mas é. Não há quem mude a regra, ou seja uma exceção. Eu sou assim, já cheguei, fui, mesmo assim ainda vivo. Sentimentos que foram, pedaços de mim que ficaram. Eu também fiquei com vários pedaços, o problema é deixar que as pessoas desçam, por isso sempre agradecemos as grandes filas na saída dos shows, e choramos com os trens vazios. Mas não podemos olhar para trás, devemos apenas nos conformar, aproveitar o ponto lotado. E que assim seja. Sempre. Só!

20 de maio de 2013

Um Beijo!

Eu não faço ideia, juro que não faço a menor ideia do que esse sorriso de canto de boca quer dizer, e nem quero pensar nas suas gargalhadas. Fico olhando para ver se elas são de uma piada boba, ou de mim. Sinto vontade de ouvir sua voz, de sair com você, saber qual é o seu lugar favorito no mundo, ou qual foi a coisa mais bonita que você já viu. Perguntar aos seus amigos quais as musicas que nunca saem da sua playlist, os melhores livros, qual a sua pose favorita para as fotos. Ler seu diário e rir do seu jeitinho menina-moça escrevendo crônicas românticas sem o menor nexo. Queria estar perto de você para saber quais são os assuntos nos chats com os seus amigos,  entender o porque dessa loucura por umas bandinhas sem graça. Estranhar seus gostos, reclamar por você não ser o tipo delicadinha que todo o mundo gosta. Por que nunca o salto, e qual o problema com os blogs de maquiagem? Não sei, e não quero mais saber. Esse tempo que passou sozinha fez com que você soubesse da sua vida inteira, tivesse tempo para planejar o que ainda vai acontecer. Sim, agora sabe o porque de tudo isso, de suas verdade só interessarem à você, e é mais você. E um grande beijo pra que não entende isso.

6 de maio de 2013

Um Café Quente, Por Favor!

Lá vem aquele sorriso torto com cara de sono dizendo bom dia. Um pouco de dor de cabeça também, as taças de vinho e a musica alta não fizeram tão bem. Hoje quer sair, ver pessoas, misturar-se com o caos. Seus olhos percorrem toda a multidão como se fossem estranhos a ela, como se procurassem alguém. Toda essa pressa deve ser isso, está a própria procura. Louca de vontade de saber quem é, e deixar de lado palavras fúteis e desnecessárias. O batom vermelho não muda, ele demonstra toda a sua superioridade. Seu café favorito reserva sua mesa mais discreta para ela, que quase nem é notada. Os que a percebem, olham indignados com tamanha beleza dissipando-se em pensamentos. Por eles, estaria em uma bar qualquer, enchendo a cara com uns amigos estranhos que pensam que o amanhã não existe. Pensa diferente, sabe que o amanhã vai trazer tudo o que o ontem prometeu e o hoje esqueceu. E esse mesmo amanhã irá ajuda-la a descobrir quem ao certo a tem, e que talvez ela não tenha ninguém. Mas enquanto isso, um café quente vai bem.