8 de dezembro de 2012

Caçadora de Vaga-lumes

Uma estudante do ensino médio tentando ser alguém na vida. 
Tinha 16 e achava que sabia tudo. Era dona de seu quarto e ainda era sustentada pelos pais. 
Adoro vê-la sentada na frente de seu computador, ouvindo Natiruts e escrevendo textos nem tão interessantes assim. 
Incomodava à alguns, agradava à outros.
Não era uma princesinha. Pensava que pensava diferente, e até tinha conversas sérias com outros adolescentes. 
Adorava ficar sozinha. Rebelde, desobedecia regras pelo simples prazer de desobedecer. Costumava dizer: ''Nem tudo que é certo, é certo mesmo'', mas suas verdades eram incontestáveis.
Nomes e endereços adoravam fugir de sua memória e não era capaz de decorar um único telefone - nem mesmo o próprio.
Digamos que ela era estranha. Não era simpática a ponto de começar uma conversa enquanto esperava o ônibus, mas as pessoas teimavam em puxar assunto, e as filas pareciam se formar propositalmente para irrita-la.
Com a cabeça sempre cheia de ideias, não coisas fúteis e sim produtivas, amava ficar parada no trânsito reparando no quão diferente as pessoas são, e vazias também, estão com alguém o tempo todo e mesmo assim continuam sozinhas.
Adora o risco, o perigo, a vontade de gritar, faz sentir-se viva.
Certas vezes parecia uma mulher, independente e determinada, e falava sobre qualquer coisa com qualquer pessoa, mas é só receber um elogio que ela já fica vermelha. 
Não tinha um pedestal, e não incomodava-se com isso, ou nem sempre. 
Não queria se apaixonar ou prender-se a alguém, e sua opinião em relação ao amor é formada.
Ela é ela. Única e inquestionável. Uma caçadora de vaga-lumes passando por uma crise de um quarto de idade enquanto abraça o mundo. Estranho, né? Na verdade não, ela está naquela fase de mudanças, e são muitas, amigos, família, estudos, novas escolhas e sempre alguém pra dizer que ela esta errada. É normal. As coisas acontecem rápido e abraçar o mundo é bem difícil, mas te garanto que ela consegue.