Não é sobre ser ou deixar de ser. É sobre como com o passar do tempo as pessoas mudam, conhecem pessoas, histórias e muitos lugares. Passam por amores e dores, e vêem que o mundo não é a tão sonhada maravilha. Mas bem antes de tudo isso, aprendem a criar laços. Primeiro com seus pais e familiares, depois vem os vizinhos e os amigos dos pais, e só então aprendem a conhecer as pessoas sozinhas. Escola, festinhas, faculdade, trabalho e bares ao longo da vida. É levado pelos pais, primos, amigos, e depois vai sozinha. No táxi, metrô, ônibus, a pé. Sempre indo, levando. Começam a levar os irmãos, os primos, e os amigos mais novos também. Ciclos básicos. Mas tem aqueles que você nunca vai entender. Eles passaram por tudo isso, mas ficam mais felizes em ir. Pessoas que vem e vão. Descem em uma outra estação, preferem não dividir o táxi, ou mudam-se dali. Só vão. Não deixam explicações. Chegam, marcam e você nunca mais verá. Talvez em um outro ônibus, ou em um bar diferente, um daqueles que você vai pra tentar esquecer o que nunca vai sair da sua cabeça. É normal, afinal, novas pessoas sentarão ao seu lado, te puxarão pra dançar, conversar. É uma pena que tenha que ser assim, mas é. Não há quem mude a regra, ou seja uma exceção. Eu sou assim, já cheguei, fui, mesmo assim ainda vivo. Sentimentos que foram, pedaços de mim que ficaram. Eu também fiquei com vários pedaços, o problema é deixar que as pessoas desçam, por isso sempre agradecemos as grandes filas na saída dos shows, e choramos com os trens vazios. Mas não podemos olhar para trás, devemos apenas nos conformar, aproveitar o ponto lotado. E que assim seja. Sempre. Só!