“Ela sempre tão correta com tudo e todos, tinha guardado em si todas as inseguranças do universo. De forma prestativa, enganava o mundo com um sorriso um tanto quanto torto e vez ou outra elogiavam aquele sorriso. Leigos de alma. Portava-se como rainha e se virava com gestos de adolescente em ingenuidade de criança, porém conhecia sobre muita coisa e sabia exatamente o protocólo de variadas situações, sabia inclusive da maldade no coração dos alheios e sabia mais ainda sobre o quão verdadeiro eles fazem parecer falsos sentimentos. Não se deixava enganar por ilusões passageiras, tão menos por frases repetidas ditas por bocas convincentes de rostos bonitos, - não mais. Com um intelecto aguçado e bem treinado para identificar erros de repertório, esqueceu-se de aprender a identificar a si mesma. Se olhava no espelho para não dizer que não possuía nenhuma vaidade e passava um batom para não sangrar os lábios; Pintava as unhas porque gostava, mas se elas estivessem nuas também não era problema. Ela achava que seu andar era estranho, e tentava mudar, mas estranhava mais e voltava a como era no princípio. Inventava um novo ‘modelito’, se orgulhava, mas logo temia sair de casa com ele e voltava ao bom e velho jeans. Era meio que uma sensação extremista, a garota excluída de filmes de colegial americano. Sempre se sentia insatisfeita com peso, altura, bronzeado, e milhares de outros detalhes aos quais recusava admitir, mas qualquer um que a olhasse iria notar generosidade envolta em uma completa tentativa de ser melhor a cada dia. Ela se tornara isso, esforço. De críticas e noites em pranto, se fez perceber que era necessário mudar sua postura de jovem do drama, seu jeito rude de demonstrar afeto e sua maldosa mania de sentir antipatia a tudo que é novidade. Aprendeu por mal que a vida cria ciladas onde menos se espera e que orgulho demais atrapalha. Aprendeu que por mais que pareça amor, as vezes é só coisa momentânea, e que por mais que pareça pra sempre, as vezes é só um curta-metragem. A realidade é que ela se machucava com essa história de vai e vem, se doía com essas turbulências, com sua mania de desconfiar de todos ao seu redor, de levar elogios na brincadeira, de achar absurdo que alguém se apaixonasse por ela, afinal, nem ela mesma se aguentava em diversas situações. Por outro lado, tinha um coração meloso, uma necessidade de fazer piada em meio a conversas tensas, de sorrir para gente estranha na rua. Odiava ver tristeza nos outros e se fazia mil para poder tornar a solidão de alguém menor. Com um humor oito ou oitenta, guardava uns cinco ou seis para quem sempre estava disposta. Odiava futilidade também, odiava frescura demais, manha demais, charme demais, cor de rosa demais; odiava tudo que lhe parecia artificial, montado, forçado. Preferia a casualidade ao compromisso e a pequenez ao estrelato. Era simples e complexa, completa e vazia, tudo e nada num mar de sequidão.
Como a bailarina exausta em fim de espetáculo, ela era a música que todos querem ouvir por mais de uma vez.''
12 de setembro de 2012
10 de setembro de 2012
"All-Star"
Atravessando a rua, ouvia o ''tic-toc'' dos saltos, vozes desconexas, pessoas apressadas, buzinas, os toques eram sempre involuntários, esbarrões.
No meio dessa confusão percebi que as pessoas deixam a vida passar apenas com a esperança de aproveita-la um dia, tentam de tudo pra ter um amanhã melhor, sem sequer saber se o amanhã existe, todos querem tanto uma vida feliz e perfeita e por isso acabam planejando algo que é muitas vezes monótono.
Saindo de meus devaneios vi que sapatos sociais, e scarpins são apenas leituras bizarras que a multidão usa para chegar aos seus ideais. Naquela faixa de pedestres, onde eu perdi 30 de meus preciosos segundos, percebi que sou apenas mais uma sonhadora nos leves passos do meu ''all-star''.
7 de setembro de 2012
5 de setembro de 2012
Redescobrindo
Essa é a historia de uma menina que pensava um pouco diferente. Tinha um ''mais'' diferente do ''mais'' do resto das pessoas.
O ''mais'' dela muitas vezes era pequeno, como querer conhecer o mundo, ou até escolher a carreira que queria, nada que desse muito dinheiro, mas que a mantivesse em contato com tudo que ela mais amava, fotografia, musica, talvez escrever, conhecer pessoas. Básico pra muitos, diferente pra ela, ou melhor, mais que isso, extraordinário.
Dava valor a coisas que quase ninguém dava, dias bonitos, a brisa do mar, o sol, o frio, sentir o vento dançando em seus cabelos, rir até a barriga doer, falar besteira, desenvolver “teorias” malucas, viajar, eram só algumas dessas coisas, até um pouco infantis.
Planejava uma vida sem planejamentos, se é que é possível entender isso, ouvia que talvez não fosse única, que algumas poucas pessoas também pensassem como ela, e acreditava que era capaz.
Vivia. Crescia. De uma forma simples, e ao mesmo tempo complexa.
Era Feliz.
2 de setembro de 2012
''Boa Menina''
Eu não quero ser uma princesa qualquer. Sapatos de cristal não me satisfazem mais, homens em cavalos brancos já não me interessam, uma historia perfeita e sem nenhum erro não é o suficiente, não no meu mundo. Quero sair dessa rotina dos livros, usar meu allstar, meu boné e ouvir minhas musicas, mesmo que elas não sejam exatamente o que uma “boa menina” deve gostar. Cansei das bonecas e dos castelos, quero é viver em terra firme, e encontrar uma pessoa imperfeita, por que alguém perfeito, jamais iria me completar. Quero mais, mais do que esse mundo tem a me oferecer.
31 de agosto de 2012
John...
''It might be a quarter-life crisi or just the stirring in my soul. Either way I wonder sometimes about the outcome of a still verdictless life am I living it right? So what, so i've got a smile on but it's hiding the quiet superstitions in my head. Don't believe me when I say i've got it down. Everybody is just a stranger but that's the danger in going my own way, I guess it's a price I have to pay still "everything happens for a reason" is no reason not to ask myself if I am living it right''- John Mayer
29 de agosto de 2012
I Can Do This.
Odeio que me desafiem, e por mas que eu não tenha que provar nada pra ninguém, resolvi que todos vão saber que eu sou capaz de ''chegar lá'', seja lá onde esse ''lá'' for...
Pode até não ser um desafio, mas VOCÊ não acreditar em mim, não faz com que EU desacredite. Na verdade isso é mais, isso faz com que eu tenha ainda mais vontade de chegar onde que quero, onde eu preciso pra ser feliz.
Não preciso de muito, sei lá, talvez um bom emprego, uma casa na praia, casar não estejam na minha utopia de vida, quero apenas ser feliz fazendo o que eu gosto.
Não quero ser grossa mas quem decide isso sou EU, e sua opinião só conta quando acrescenta algo de bom a minha.
E se eu aceitar a sua opinião e me arrepender depois? Vai ser como se eu tivesse feito tudo errado, e o que eu fiz até aqui, por mais que não seja muito, ou seja quase nada, não fara mais sentido, tudo será em vão e minha vida não terá valido a pena.
Acho que já esta mais do que na hora de tomar minha decisões sozinhas, e a primeira delas é: EU VOU PROVAR QUE EU POSSO ''CHEGAR LÁ"!
Quer saber? Confia. Por que se eu errar você vai estar assistindo de camarote, e se eu acertar, você ira me aplaudir, e te garanto que vai ser DE PÉ!
Fabrica De Sinos!
''ELA
-Não me olha assim.
ELE
-Então não faz isso.
ELA
-Preciso.
-Então não faz isso.
ELA
-Preciso.
ELE (inconformado)
-Porque?
ELA
-É o certo a fazer.
ELE
-Como você sabe? Não tem como saber! Você tem uma vida aqui! Está trocando tudo que você construiu por algo que você não sabe se vai dar certo!
ELA (olhando o case de violão)
-Vai dar...
ELE
-Vai fazer isso? Você vai largar seu trabalho, seus pais, a mim! Você tem eu caramba! A gente se tem! Estou quase terminando a faculdade! Vamos casar! Ter uma vida juntos! Era o combinado, o certo!
ELA
-Desculpa.
ELE
-É uma atitude burra.
SILÊNCIO
ELA (sussorando olhando pro nada)
-Oitenta e três.
ELE
-Que?
ELA
-Nada, to pensando alto.
ELE
-Me fala, só quero entender.
SILÊNCIO
ELA
-Esses dias estava pensando... Vou ter 83 anos.
ELE
-Do que você ta falando?
ELA
-Vou estar sentada numa cadeira de balanço na sacada da minha casa. O Vizinho vai estar cortando grama com aquelas máquinas, os netos do outro vizinho vão estar correndo de um lado pro outro, os carros estão passando de lá pra cá...
ELE pensa em dizer algo, mas a GAROTA faz um “Espera” com as mãos.
ELA
-Mas uma hora os carros vão dar um tempo. Uma das crianças vai cair e ralar o joelho, todas vão correr, ir pra casa, a esposa do vizinho do cortator de grama barulhento vai chamar ele pra almoçar... Aí vai ficar silêncio. Pela primeira vez em 83 anos. Eu comigo mesma, nos meus 83 anos de idade. Sabe o que eu vou pensar? Que acabou! Tudo que eu fizer da minha vida, daquele momento em diante não vai adiantar nada. Acabou! Entende? Ai vou pensar em tudo que fiz, nas decisões que tomei, se fui pelo caminho que eu realmente queria ir, ou pelo mais fácil, o mais óbvio. Eu não iria me sentir bem comigo mesma sabe? A gente só tem uma chance. E se eu passasse por tudo isso sem ao menos ter tentado? Como eu ia me explicar uma coisa dessas um dia? Eu te entendo! Você tem sua vida, faculdade, trabalho, quer só ter uma vida comum, mas desculpa, isso não sou eu! Não sei porque... Acho que sou surda pra toda essa fábrica de sinos.
ELE
-Fabrica?
ELA
-Já pensou nisso? Se você trabalhasse numa fábrica de sinos, aí você iria pra casa ouvindo aquele barulho ecoando na cabeça o tempo todo? Acho que é isso que tentam fazer com a gente. Eu não preciso de um bom emprego, uma casa na praia, casar talvez! Mas eu tenho que decidir isso sozinha. Me desculpa. Isso não ecoa na minha cabeça! Sabe o que ecoa? A máquina de cortar grama do vizinho. Quando ela parar, tenho que estar bem comigo mesma.
ELA termina o refrigerante, levanta pra por a mão no bolso.
ELE
-Deixa, eu pago.
ELA o abraça. Pega suas coisas e sai andando.''
Paul Domingos.
Sei que postei o vídeo, mais pra quem não entendeu essa é a teoria. Adoro os textos e vídeos dos autor desse texto, e acho o texto ainda mais fofo que o vídeo. Então pra quem, assim como eu, prefere ler, tá ai!
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